METÁFORA É A COMUNICAÇÃO INDIRETA ATRAVÉS DE UMA HISTÓRIA OU UMA FIGURA DE LINGUAGEM IMPLICANDO UMA COMPARAÇÃO.
Em PNL, a metáfora abrange similaridades, histórias, parábolas e alegorias. Implica, de forma aberta ou oculta, que uma coisa é como outra. Uma metáfora linguística acontece quando você descreve uma coisa em termos de outra. Por exemplo: tempo é dinheiro. Usar uma metáfora é uma maneira rápida de enviar uma mensagem fácil de ser entendida.
O que é exatamente uma metáfora? No livro de George Lakoff e Mark Johnson, Metáforas da Vida Cotidiana, encontramos: “A essência da metáfora é a compreensão e a experiência de uma coisa em termos de outra”.
Nós gostamos dessa simples definição por inúmeras razões. Primeiro, ela reconhece que a metáfora captura a natureza essencial de uma experiência. Segundo, a definição reconhece que a metáfora é um processo ativo que está exatamente no centro da nossa própria compreensão, na nossa compreensão dos outros e de todo o mundo a nossa volta. Terceiro, ela admite que a metáfora é mais do que uma expressão verbal. As metáforas também são expressas não verbalmente por gestos, sons, objetos e imagens. Em outras palavras, tudo o que a pessoa diz, vê, ouve, sente ou imagina tem potencial para ser uma metáfora que representa outra experiência.
Nós usamos as metáforas não somente para compreender as nossas próprias emoções, como também tentamos encaixar as emoções e o comportamento das outras pessoas na nossa própria maneira metafórica de enxergar o mundo. O que nós achamos que elas devem fazer e os conselhos que damos, irão se originar, em grande parte, das nossas próprias metáforas.
As metáforas também criam uma maior compreensão entre as pessoas e um rapport mais forte. Como você bem pode adivinhar, quando duas pessoas têm muitas metáforas conflitantes, isso é muitas vezes, a receita para uma má comunicação. Por exemplo, quando uma pessoa “anda em marcha lenta” e outra tem “pavio curto” e quer “acabar logo com isso”, elas certamente irão discordar em como expressar suas emoções e provavelmente vão entrar em conflito.
A metáfora é indispensável. Não podemos falar sem metáforas. Não conseguimos pensar sem metáforas. E nunca teríamos evoluído como seres humanos conscientes sem metáforas.
Devido à importância que as metáforas ocupam na nossa vida diária Golfinho publica todos os sábados uma nova metáfora que vem se somar as mais de 1200 metáforas existentes no site “O mundo das metáforas” que foi criado exclusivamente para a divulgação de metáforas.
“APRENDER A LER A LINGUAGEM DOS SÍMBOLOS TEM UM EFEITO POSITIVO NA NOSSA AUTOIMAGEM E NA NOSSA ENERGIA. VOCÊ NÃO TEM QUE ESPERAR UMA CRISE PARA PASSAR A ENXERGAR AS COISAS DE UM MODO SIMBÓLICO E CORRETAMENTE. VOCÊ PODE COMEÇAR ONDE QUER QUE ESTEJA.” CAROLINE MYSS SACRED CONTRATCS
EU ESTOU SEMPRE DANDO MURRO EM PONTA DE FACA . EU CARREGO O MUNDO NOS OMBROS. EU VEJO UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL.
Essas expressões são obviamente metafóricas. Nós sabemos que na realidade não existe nenhuma faca, que o locutor não se transformou num Atlas, e que ele de fato não está num túnel. Pelo contrário. Nós temos um mecanismo inato que registra a natureza figurativa dessas expressões e as aceita simbolizando uma experiência mais do que a experiência em si. Nós sabemos intuitivamente que no dia a dia, as coisas e os comportamentos (a faca, o murro, os ombros, o mundo, uma luz e o túnel) estão sendo usados para representar outras experiências: a falta de progresso, a excessiva responsabilidade, e achar que ainda tem esperança.
As metáforas evocam abundantes imagens e a percepção do sentido do que está sendo descrito. Elas podem expressar, com muita nitidez, uma única ideia ou uma experiência de vida. Apesar de que muitos linguistas costumam rejeitá-las como “meramente figurativas”, elas hoje são aceitas como uma descrição altamente correta da percepção do orador. Quando falamos sobre nossos problemas, nossas emoções, nossos desejos, nossos relacionamentos – aquelas coisas mais importantes para nós – é ainda mais provável que façamos uso da metáfora para nos ajudar a descrever a profundidade e a complexidade da nossa experiência.
- Atinge o ponto de ebulição e aí a cabeça explode.
- Tem um temperamento feroz e tenta resistir.
- Descarrega a raiva expirando com força.
ou algo mais simples?
No primeiro exemplo, a raiva é simbolizada como um líquido fervendo. Por isso a sua reação natural pode ser “acalmar as coisas” ou “reduzir a pressão”. No segundo exemplo, a raiva é representada como um oponente ou animal selvagem, e aí você pode querer to “derrotá-la” ou “mantê-la sob controle”. No terceiro exemplo, a raiva é considerada como um peso a ser removido; por isso você pode querer parar de “aumentá-la” ou de “segurá-la por tanto tempo”. As ações que nós tomamos serão inevitavelmente consistentes com as metáforas que nós usamos.
Nós usamos as metáforas não somente para compreender as nossas próprias emoções, como também tentamos encaixar as emoções e o comportamento das outras pessoas na nossa própria maneira metafórica de enxergar o mundo. O que nós achamos que elas devem fazer e os conselhos que damos, irão se originar, em grande parte, das nossas próprias metáforas. Como você bem pode adivinhar, quando duas pessoas têm muitas metáforas contrastantes, isso é, muitas vezes, a receita para uma má comunicação. Por exemplo, quando uma pessoa “anda em marcha lenta” e outra tem “pavio curto” e quer “acabar logo com isto”, elas certamente irão discordar em como expressar suas emoções e provavelmente vão entrar em conflito.
A metáfora cria insight, mas também cria maneiras que nos impedem de ver as coisas. As metáforas podem liberar, e também limitar. Elas podem fortalecer ou enfraquecer. Elas podem ser uma ferramenta para a criatividade, ou uma prisão auto imposta. O exercício abaixo oferece uma oportunidade de abrir as portas desta prisão e de liberar a sua criatividade.
Exercício
O propósito desse exercício é capacitá-lo a ter mais escolhas para reagir nas situações onde, no passado, você achou que agiu de modo inapropriado. Existe uma grande variedade de ações com base emocional que poderiam se encaixar aqui, mas vamos continuar usando a “raiva” como exemplo.
O propósito do exercício é você:
(1) identificar uma metáfora para quando está com raiva e, em consequência, age de modo inapropriado;
(2) identificar uma segunda metáfora de como você gostaria de reagir;
(3) explorar como você pode converter ou expandir a primeira metáfora para dentro da segunda;
(4) traduzir os seus insights em como mudar o seu comportamento no seu dia a dia;
(5) ensaiar esse comportamento novo.
Você vai precisar de papel e de canetas de cor. Você pode ler todo o exercício e o exemplo para compreender o que estará fazendo antes de começar. Quando responder as perguntas no exercício, espere um pouco para as imagens e as sensações se desenvolverem na consciência antes de escrever ou desenhar.
1. Identifique uma metáfora para quando você estiver com raiva e, em consequência, agir de modo inapropriado:
a. Pergunte a você mesmo: “Quando eu estou com raiva e ajo de modo inapropriado, isso se parece com o que”?
b. Desenhe a metáfora que lhe vem à cabeça.
c. Olhe para o seu desenho e se faça as seguintes perguntas para você começar a saber mais sobre os símbolos na metáfora. Para cada parte do desenho, pergunte:
“Que tipo de…?”
“Tem mais alguma coisa sobre isso…?”
Acrescente novas informações ao desenho, e quando achar que conseguiu todas as informações possíveis, vá para a segunda metáfora.
O propósito dessas perguntas da Linguagem Clara é focar a sua atenção em cada parte da metáfora para você refletir sobre as qualidades e as características da metáfora. Elas foram especialmente planejadas para funcionar com símbolos pessoais. Existirão aspectos da sua metáfora que você não decidiu conscientemente. Ao colocar a sua atenção em cada parte da sua metáfora você provavelmente vai descobrir algo novo sobre você mesmo ou da situação. É a partir desses elementos inesperados que podem surgir novas mudanças.
2. Identifique uma segunda metáfora para como você gostaria de reagir:
a. Pergunte-se: “Com o que se parece a maneira como eu gostaria de reagir?”
b. Desenhe a metáfora que lhe vem a cabeça.
c. Para cada parte do desenho, faça as seguintes perguntas para começar a saber mais sobre os símbolos nessa metáfora:
“Que tipo de…?”
“Tem mais alguma coisa sobre isso…?”
Acrescente as novas informações no desenho, e quando você tiver conseguido todas as possíveis para o momento, vá para a etapa 3.
3. Explore como você pode converter ou expandir a primeira metáfora para dentro da segunda:
a. Coloque seus desenhos na sua frente.
b. Considere como a metáfora 1 pode se expandir para dentro da metáfora 2. Perceba:
“Qual é a PRIMEIRA coisa que precisa acontecer para a metáfora 1 começar a se tornar a metáfora 2″?
“Qual é a ÚLTIMA coisa que precisa acontecer antes da metáfora 1 se tornar a metáfora 2″?
Leve o tempo que precisar para completar a etapa 3. Você não tem que aceitar a primeira ideia que vem a mente – o propósito é você considerar algo novo. Você pode se imaginar como um símbolo (como se estivesse dentro do desenho) e se perguntar o que é necessário para a metáfora 1 mudar para a 2. Lembre que isso pode exigir alguns estágios intermediários para acontecer. Não rejeite uma ideia só porque ela parece bizarra (a terra das metáforas está, muitas vezes, mais perto do mundo dos sonhos do que da realidade diária). Você irá saber quando descobriu a solução certa para você, e que habitualmente contém um elemento de surpresa.
4. Tendo identificado uma maneira para a metáfora 1 se tornar a 2, como isso se traduz naquilo que você precisa fazer na sua vida diária? Como essa informação conduz o seu comportamento da próxima vez que estiver numa situação similar?
5. Para começar a se acostumar com essa nova maneira de reagir, repita vivendo a metáfora 2 ao incorporar AGORA as suas características:
Qual é a sua postura?
O que você sente dentro de si?
Onde está o seu foco de atenção?
O que você está dizendo e como está dizendo isso?
Exemplo
A seguir temos um breve resumo das respostas de uma pessoa que realizou o exercício. As suas respostas provavelmente serão muito diferentes.
1. Quando eu estou com raiva e agindo de maneira inapropriada, com o que se parece isto? “Com um gladiador que está com um pé atrás”.
Que tipo de “gladiador”?
“Um gladiador romano com um tridente”.
Que tipo de “tridente”?
“Rígido, parece pequeno e pronto para golpear”.
Existe alguma coisa a mais sobre “estar com um pé atrás”?
“Ele está com o pé atrás porque está sob pressão e desequilibrado”.
E assim por diante.
2. Com o que se parece a maneira que eu gostaria de reagir?
Ficar forte como uma árvore capaz de se curvar com o vento
– A árvore é flexível, com profundas raízes, imponente e bem firme na terra.
– O vento é tempestuoso, mas eventualmente se abranda.
3. Como a metáfora 1 pode vir a se tornar a metáfora 2?
O gladiador, de pé e com os dois pés no chão, introduz o tridente no chão e dele crescem profundas raízes para dentro da terra.
– Primeiro, ele faz uma respiração profunda.
– Por último, ele se sente orgulhoso ao começar a se curvar com o vento.
4. Como essa informação irá conduzir o seu comportamento da próxima vez que estiver numa situação similar?
“Eu vou perceber que as palavras com as quais a pessoa está me atacando podem passar voando por mim ao invés de irem para meu âmago. Eu sei que se eu permanecer de pé, me sentir equilibrado e firme no chão, então eu não posso ser ofendido pelas palavras dela. Se eu ficar furioso com o que ela disse, eu posso perguntar o que ela está tentando conseguir ao dizer estas coisas, mas eu não tenho que revidar”.
Para concluir
As nossas metáforas e símbolos pessoais nos ajudam a compreender o mundo. Elas dão forma àqueles aspectos da nossa vida que são os mais místicos – nossos problemas e suas soluções, nossos medos e desejos, nossas doenças e saúde, nossa pobreza e riqueza, e a nossa capacidade de amar e ser amado. Quando são dadas formas a essas experiências, e elas são vistas pelo lado simbólico, aí então se tornam acessíveis para a exploração e a transformação.
Referências:
Jung, Carl, O Homem e seus Símbolos (Man and his Symbols), Ed. Nova Fronteira.
Lakoff, George & Johnson, Mark, Metáforas da Vida Cotidiana.
James Lawley e Penny Tompkins são psicoterapeutas registrados na Grã Bretanha pela United Kingdom Council for Psychotherapy (UKCP). Eles moram em Londres e ensinam no mundo inteiro. São os autores de Metaphors in Mind: Transformation through Symbolic Modelling. Podem ser contatados na The Developing Company pelo e-mail info@cleanlanguage.co.uk(link sends e-mail).
O artigo original “The Magic of Metaphor” está no site www.cleanlanguage.co.uk
Fonte: https://golfinho.com.br/artigo/a-magia-da-metafora.htm