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A comunicação começa com os pensamentos, que comunicamos aos outros usando palavras, o tom de voz e a linguagem corporal. Mas o que são pensamentos? Existem muitas respostas cientificas diferentes; entretanto, todo mundo conhece no seu íntimo o que o pensamento é para si próprio. Uma maneira de entender o que é o pensamento é perceber que estamos usando nossos sentidos internamente.

E como se lembra dessas férias? Talvez surjam imagens do lugar na sua mente. Talvez você diga o nome do lugar ou ouça sons. Ou, ainda, talvez se lembre do que sentiu na época. Pensar é uma atividade tão natural e tão comum que nunca pensamos nisso uma segunda vez. Tendemos a pensar sobre o que pensamos, e não em como pensamos. Assim, partimos do principio de que outras pessoas pensam da mesma maneira que nós.

Portanto, uma das maneiras de pensar é lembrar, consciente ou inconscientemente, das imagens, sons, sentimentos, do paladar e dos odores que já experimentamos. Através da linguagem, podemos criar uma infinidade de experiências sensórias sem as termos vivido realmente. Leia o próximo parágrafo o mais devagar possível, mas naturalmente, sem esforço.

Pense por um momento que está caminhando por uma floresta de pinheiros. A copa das árvores acima de sua cabeça cobre todo o horizonte. Você vê as cores da floresta à sua volta. O sol incide sobre as folhas e cria mosaicos de luz e sombra no solo da floresta. Você caminha seguindo um raio de sol que atravessou a copa das árvores por cima de sua cabeça. Enquanto caminha, você se dá conta da calma ambiente, interrompida apenas pelo trinado dos pássaros e pelo barulho de seus passos sobre as folhas mortas. De vez em quando, seus pés pisam um galho caído, provocando um ruído seco. Você estende as mãos e toca num tronco de árvore, sentindo a rigidez da madeira. Consciente da leve brisa que toca seu rosto, você percebe o cheiro aromático do pinho, misturado aos outros odores da floresta. Enquanto continua caminhando, você se lembra de que o jantar já está quase pronto e, pensando em seu prato favorito, quase consegue sentir o gosto da comida na boca…

Para entender este último parágrafo, você teve que rever algumas experiências na sua mente, utilizando os seus sentidos internos para representar a experiência que as palavras descreviam. Provavelmente, você criou a cena de maneira suficientemente forte para imaginar o gosto da comida, mesmo numa situação imaginária. Se alguma vez você caminhou por uma floresta de pinheiros, talvez tenha se lembrado das experiências que teve naquela ocasião. Como não o tenha feito, talvez tenha criado a experiências semelhantes, ou usado o material recolhido na televisão, em filmes, livros ou outra fonte qualquer. Sua experiência criou um mosaico de lembranças e de imaginação. Geralmente, grande parte do nosso pensamento é uma mistura de impressões lembradas e criadas.

As trilhas neurológicas usadas para representar a experiência interna são as mesmas da experiência direta. Os mesmos neurônios geram impulsos eletroquímicos que podem ser medidos por eletromiogramas. O pensamento produz efeitos físicos diretos, já que corpo e mente formam um sistema único. Imagine que está comendo sua fruta favorita. A fruta pode ser imaginária, mas a salivação não o é.

Usamos os sentidos externos para observar o mundo, e os internos para “reapresentar” a experiência para nós mesmo. Em PNL, as maneiras como assimilamos, armazenamos e codificamos a informação na nossa mente através da visão, da audição, do tato, do paladar ou do olfato- são chamadas de sistemas representacionais.

O sistema visual, comumente abreviado num V, pode ser usado externamente (e), quando estamos olhando para o mundo externo (Ve), ou internamente (i), quando estamos visualizando mentalmente (Vi). Da mesma forma, o sistema auditivo (A), pode ser dividido entre sons externos (Ae), ou internos (Ai). As sensações formam o chamado sistema cinestésico (C). O sistema cinestésico externo (Ce) inclui as sensações táteis, como o tato, a temperatura e a umidade. O sistema cinestésico interno (Ci) inclui as sensações lembradas, as emoções e as sensação interna de equilíbrio e consciência corporal, que é conhecida como sensação proprioceptiva e nos dá informações sobre nossos movimentos. Sem ela não poderíamos controlar o movimento do nosso corpo no espaço com os olhos fechados. O sistema vestibular é uma parte importante do nosso sistema cinestésico. Ele controla nossa sensação de equilíbrio, mantendo a estabilidade do nosso corpo no espaço. O sistema vestibular está localizado no ouvido interno, dentro de uma série complexa de canais. Temos muitas metáforas sobre esse sistema, tais como “perder o equilíbrio”, “cair de quatro”, ou “entrar numa roda-viva”. Ele tem grande importância e é considerado um sistema representacional à parte.

Os sistemas visual, auditivo e cinestésico são os sistemas representacionais básicos usados nas culturas ocidentais. As sensações gustativas (G) e olfativas (O), menos importantes, são em geral incluídas no sistema cinestésico. Servem geralmente como ponto de ligação imediata com a representação visual, os sons e imagens a eles associadas.

Usamos os três sistemas básicos o tempo inteiro, embora não estamos conscientes deles. Mas temos tendência a favorecer alguns em detrimento de outros. Por exemplo, muitas pessoas têm uma voz interior que percorre o sistema auditivo, criando um diálogo interior. Ali, as pessoas repassam argumentos, ouvem as palestras que vão fazer, pensam em respostas que querem dar e, às vezes, falam consigam mesmas. Entretanto, essa é apenas uma maneira de pensar.

Os sistemas representacionais não são mutuamente excludentes. É possível visualizar uma cena, ter as sensações a ela associada e ouvir os sons simultaneamente, embora seja difícil prestar atenção a tudo isso ao mesmo tempo. Algumas partes do processo mental ficarão sempre no inconsciente.

Quanto mais uma pessoa estiver absorvida no seu mundo interno de visões, sons e sensações, menos será capaz de prestar atenção ao mundo exterior. Foi o caso de um famoso jogador de xadrez que, num torneio internacional, estava tão concentrado em seu mundo mental que jantou duas vezes na mesma noite, porque havia esquecido completamente já ter jantado a primeira vez. A expressão “estar perdido em seus pensamentos” é muito correta. As pessoas que vivenciam emoções internas fortes são também menos vulneráveis à dor externa.

Nosso comportamento é gerado a partir de uma mistura de experiências sensórias internas e externas. Conforme o momento, prestamos atenção a um determinado segmento da nossa experiência.Enquanto lê este livro, você está concentrado na pagina e provavelmente não teve consciência da sensação no seu pé esquerdo… até que eu o mencionasse.

Enquanto datilografo este capítulo, estou primordialmente consciente do diálogo interno que acompanha a minha (muito vagarosa) velocidade de digitação no computador. Se prestar atenção aos sons externos, vou me distrair. Como não digito muito bem, olho para as teclas e sinto-as sob meus dedos enquanto digito, de maneira que os sentidos visual e cinestésico estão sendo usado externamente. Isto mudaria se eu parasse de digitar para visualizar uma cena que gostaria de descrever. Algumas situações de emergência poderiam atrair imediatamente minha atenção: uma dor súbita, alguém que clamasse o meu nome, o cheiro de fumaça ou, se eu estiver com fome, o cheiro de comida.

FONTE: Livro Introdução a programação neolinguística – Como Intender e Influenciar Pessoas / Autor: Joseph O. Connor e John Seymour.

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